domingo, 13 de setembro de 2009

Palavras

Palavra. Há algo de insípido nela. Algo de totalmente desprovido de senso, cor ou memória; lágrima, riso ou doçura. É um desenho numa folha de papel. Nem chega a ser um vazio, um espaço em branco. É simplesmente o nada.
Mas palavra é visível. E só é visível a partir de um determinado ponto, momento, circunstância. Aí sim tudo ganha significado. Tudo ganha sentido. Seja lá o lamento, rancor ou ternura. Seja lá o amargo, o doce ou o sem gosto. Pois até o sem gosto tem gosto. E até o rancor tem ternura.
E é por isso que torna-se necessário o aprendizado da incoerência. É necessário aprender a romper a linha tênue entre a razão e a sensibilidade, pois incoerência é sentir. E quem não é incoerente que se contente com sua cegueira.

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