terça-feira, 17 de novembro de 2009

Das profundezas

Eu queria ter por um instante - e só por um momento - um punhal cravado em meu peito de insana insaciedade que me acalentasse nos invernos dos verões inatingíveis. E não para que o calor se tornasse mais próximo. Deve tornar-se parte de mim.
Queria que meus olhos mergulhassem trôpegos por caminhos desconhecidos de linhas curvas, turvas, tórridas, conhecidas, porém não memorizadas para melhor serem ressurgidas.
É óbvio que todo o percurso estaria gravado em minha mente como nenhuma coisa outra... mas é melhor fingir que não. Deve ser mais saboroso sentir o delirante coração palpitante como se fosse a primeira vez de todas as estações.
Imagino. Fico só por imaginar a essência e a gravidade do ar, a entoação de suas notas musicais e de seus cantos sem iguais.
Sinto.

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