sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Conto de uma vida

À mercê do tempo, a contar as lágrimas
Evapora a vida aos poucos;
Morro de algo invisível, impossível
Que ninguém diz, que ninguém sabe -
Esse que jamais ouviu a verdade
Que ecoa dentro da alma e enche
O pensamento a transbordar de
Lamúrias, versos que nunca soube dizer.

Que alguém mande dos Céus um
Presente Divino que me faça acreditar
Que estimo a jornada do viver. Senão,
Creio que posso morrer de tanto pensar
E de tanto saber e de tanto penar
Neste infinito sofrer que já nem é
Mais amargura: é já vontade de
Inexistir na intensa madrugada
De um tempo alheio,
De uma vida passada.

Por sentir, morro, e, por não
Sentir, morro também...
Me diz: para que permanecer
Se não há paz, meu bem?
Estive desde muito tempo a
Procurar algo que me levasse
Além, e descobri nada, desde então;
Continuo solidificada na estrada da
Solidão, seja por prazer, seja por
Tensão, a esperar que alguém
Me estenda a mão.

Fico por aqui, permaneço, continuo...
Se Deus o quer, não pode ser em vão;
Que o gosto amargo desapareça e que
O cravo seja retirado do meu coração...

3 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de achar lindo este post, fiquei alittle triste, a vida é triste, não é?

Anônimo disse...

É realmente meio soturno... mas você usa muito bem as palavras. parabéns!

flor de liz disse...

Adorei a "jogada de palavras" que você fez.
Texto lindo, gostoso de ler.
Voltarei sempre que der!
Parabéns pelo blog! =*